"Desculpa, digo, mas se eu não tocar você agora vou perder toda a
naturalidade, não conseguirei dizer mais nada, não tenho culpa, estou
apenas sentindo sem controle, não me entenda mal, não me entenda bem, é
só esta vontade quase simples de estender o braço para tocar você, faz
tempo demais que estamos aqui parados conversando nesta janela, já
dissemos tudo que pode ser dito entre duas pessoas que estão tentando se
conhecer, tenho a sensação impressão ilusão de que nos compreendemos,
agora só preciso estender o braço e, com a ponta dos meus dedos, tocar
você, natural que seja assim: o toque, depois da compreensão que
conseguimos, e agora.(...)"
Caio Fernando Abreu
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